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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

apelos reais e passados


ENGANAR ME, ME PARECE FÁCIL QUANDO NECESSÁRIO.

São sentimentos crueis que me sustentam, pois foram estes que me derrubaram.
 Não por maldade de ti, mas por bondade a mim.
 Quero ser melhor para não dizer que quero lhe pior.
 Para manter a força fingidade que não tenho, e recolher me a um achismo incerto que conheço bem.
 Só assim percebo me bem, meu bem.

meu resgate,

Morro de rir ao reler meu texto.
Não me considero, e não me consideram, tão emotiva quanto aparento como "escritora".
Pelo contrário, sou insensível para alguns. Apesar de me debruçar em lágrimas ao ver um filme ou ler um livro um tanto quanto dramático(meus preferidos por sinal).
Não, eu tenho sentimentos sim. Só me falta paciência a frescurinhas amorosas reais, prefiro a ficção.
O que quero provar me centralizando como exemplo é a possibilidade de "Ogros", como eu, escrever.
E escrever, quando digo, não significa apenas ordenar palavras ou argumentar em formalidades estatísticas.
Escrever é sentir,
Escrever é perceber,
Escrever é se debruçar em pensamento, é organizar, é desabafar.

Me vejo em continua iniciação,
mas me lembro de versos antigos e gostaria de resgata-los agora.
Sinto falta deles, e temo por esquece-los.



Saibam eu consigo

Subestimaram-me, duvidaram da minha capacidade de escrever
De organizar as palavras e nelas plantar sentidos diferentes
De como posso induzir ideias por meio das letras
E transmitir sentimento através de combinações de fonemas.

Saibam que eu consigo, tanto conheci e escutei
Tanto pra falar e mostrar
Não diria eu experiente ainda
Mas em continuo experimento

Não sei se devo então me vangloriar de tal mérito
Não vejo dificuldade neste ato
Escrevo o que penso, o que vejo e sinto
E quem é que não pensa, vê e sente?

Saibam que eu tento, uma letra de cada vez
Sílaba por sílaba, até se tornarem textos

Talvez um dia livros e assim gradativamente
Esperando só pelo momento de fazer-lhes escrever também.

Entrelaço

     Escutei exatamente hoje "caminhar é bom para aqueles que se amam", na realidade o sentido era esse mas as palavras ditas não.
     É evidente que a ideia é perfeitamente coerente, quem nunca caminhou de mãos dadas e se sentiu de certa forma em plena ligação imaginaria ao parceiro e ausência do mundo? E o caminhar ao entrelaço de mãos se torna obrigatório sem carga pesada da obrigação.Casais não andam separados e se tentam, um clima de tenção e desinteresse se vê presente.
     Existe um feito extremamente difícil mas se quando alcançado é de imensa adoração, se perfeitamente realizado torna-se magico e natural. Depois de aflorar-lhes a imaginação sinto decepciona-los mas o tal feito é simples, andar de mãos dadas em total silencio.
     Minhas experiências quanto o não som absoluto e o caminhar não são em geral boas lembranças. Normalmente acontece quando se perde os assuntos, não se encontra desculpas, falta animo, iniciativa. São fatores piores do que brigas, insultos, ofensas, acusações, encomodos. São indiferenças que se insistem constantes, diferentemente das irritações "fogo de palha".
     Mas quando o silêncio conquistado, sem qualquer atrito de antes, traz calma e não há necessidade de voz e muito menos incomodo pela ausência desta. O caminho se passa sem um objetivo, os metros ficam para traz e se houvessem quilômetros também seriam deixados as costas. O mundo se vai, o olhar corre sem preocupações e quando encontram a dupla de pupilas parceiras se perdem em sorrisos de canto de boca. A descrição é lenta e de carácter romântico, iludido e inacessível. A realidade é simples mas a imaginação é melhor. Tudo se dá e se resume em harmonia e infinidade.
     Sinceramente e infelizmente, foram poucos esses meus momentos. Não vivo infeliz por isso, os dedos continuam a se entrelaçar mesmo que de maneira mais simploria. E a conectividade não se perde mesmo se acompanhada de som, gosto de som. Não fiz um apelo, apenas um comentário, uma observação, compartilhei  uma encantamento.
      E o que mais me faz refletir sobre as mãos dadas se vê a todo momento. Como me sinto bem, enquanto todos se sentem excessivamente normais, ao dar as mãos a uma criança. Percebo confiança e a naturalidade que falta quando muita idade. Feito tão belo de demonstração de afeto que as pessoas insistem em complicar, não vejo problema em caminhar, e deve ser lento para acompanha-la, com uma criança e silêncio.
      Tenho um outro exemplo, meu em particular, a qual não abro mão e pretendo cultiva-lo eternamente. Me entrelaço em mãos com minha mãe. E sinto falta quando não. Evito vergonha, clamo por contato e espero não perde-lo de ninguém.
       O entrelaço de dedos é perfeito, simétrico, quente, confiante. O desenho entre unhas, o contato entre calos, o movimento de articulações, aproxima e cativa. Conservo e recomendo, sinto por aqueles que evitam e invejo os que o conseguem com facilidade. Me entrelaço e espero ser ainda muito entrelaçada.