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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Saibam eu consigo

Subestimaram-me, duvidaram da minha capacidade de escrever
De organizar as palavras e nelas plantar sentidos diferentes
De como posso induzir ideias por meio das letras
E transmitir sentimento através de combinações de fonemas.

Saibam que eu consigo, tanto conheci e escutei
Tanto pra falar e mostrar
Não diria eu experiente ainda
Mas em continuo experimento

Não sei se devo então me vangloriar de tal mérito
Não vejo dificuldade neste ato
Escrevo o que penso, o que vejo e sinto
E quem é que não pensa, vê e sente?

Saibam que eu tento, uma letra de cada vez
Silaba por silaba, até se tornarem textos

Talvez um dia livros e assim gradativamente
Esperando só pelo momento de fazer-lhes escrever também.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Dependência

"Já são meio dia, a chance que eu tinha de almoçar com alguém já terminou. Talvez se meu celular não tivesse caído no chão e desligado alguém ligaria pra me chamar pra sair.Talvez meu chefe me daria uma promoção. Posso ter perdido a maior oportunidade da minha vida, por que simplesmente não posso mais ouvir minhas chamadas. Não tenho o número de ninguém. Perdi meu único dia em que posso ficar tranquila, está sendo desperdiçado por que não tenho como me comunicar com ninguém."

Pensamentos enchiam a cabeça dela, as frases soltas a deixava cada vez mais preocupada. Ela se via no meio da cozinha com os olhos fixos no aparelho pequeno e extremamente fino. Apesar de muito pressionar suas teclas ele não respondia, os números não se acendiam, não vibrava, não ligava.

Foi quando a cozinha foi tomada pela escuridão, não se via mais os azuleijos brancos brilhando. Ela correu até a janela e abriu as cortinas, sentiu o sol quente em sua pele e olhos arderem pela claridade. Acabara a energia. Correu até o quarto.

"Pronto, minha vida está acabada de vez. Sem energia, sem computador, sem Internet e telefone. Sem comunicação com a civilização, sem interação social. Perdi meu dia, meu tempo, minha novela!"

Andava de um lado pro outro, desamparada. O estômago roncava mas o micro ondas não ligava. Não tinha a quem recorrer, o elevador não devia estar funcionando. O relógio grande de pilha não parava, estava perdendo tempo até para ver as horas.
"Meu relógio digital não funciona"

Deita no sofá pequeno, joga o salto amarelo longe. Afunda o cabelo feito no dia anterior na almofada, e se prepara para passa o resto do dia alí, sem ao menos ter tomado banho, ela não suporta água gelada além de que desmancharia sua permanente.
É quando o apartamento se ilumina, o celular liga, a geladeira aberta apita. Ela levanta e puxa o ar com força.
"Finalmente, posso voltar a viver. "

domingo, 4 de julho de 2010

começou assim,

Há tempos que tenho dificuldade em escrever uma redação, por mais que me esforssace minhas notas continuava ruim. Na verdade nunca chegaram a ser vermelhas mais sempre fiquei insatisfeita com as avaliações dos meus professores. Ainda tenho sérios problemas com ortografia, sei que só lendo para reinverter essa situação- eu gosto de ler, mas tenho dificuldade em parar. Isso é consequência de uma rotina um tanto cheia, então acabo por não relaxar sempre agoniada quando não tenho nada pra fazer.
Costumo ter muita informação e ideias sobre os temas propostos, acabo por arriscar em narrar situações mais diferentes. Tudo isso surgi na minha cabeça com facilidade, mas na hora de transcrever minha imaginação vira uma salada de frases jogadas e ideias mal organizadas. Eu consigo entender perfeitamente o que escrevo, pena que os outros não.
Pois bem, a sugestão do meu pai foi clara. Faça um blog, para aprender a escrever é necessário escrever. Tudo se resume em prática. Seria então uma mesclagem de diário digital com caderno de redação.
Tive uma 'ispiraçãozinha' artística também. Assisti a um filme algum tempo atrás que trata de alguns conflitos adolescentes que realmente me identifiquei. São personagens de classe média com entorno de quinze anos, que vivem festas, sexualidade, homossexualidade, desigualdade, depressão e paixões momentanias. Um filme que eu diria leve, uma produção brasileira que trata das coisas boas das vida. "As melhores coisas do mundo"de Laíz Bodanzky até me fez chorar, apesar que não tenho muita dificuldade com lágrimas, me emociono com facilidade. O personagem de Felipe Galvão (Fiuk) é salvo de um suicidio por que tinha um blog, do qual ele escrivia tudo que lhe vinha e seu padrasto gay persebeu em seu texto uma previo avizo de suicidio. Um tanto triste, mas eu gostei.
E finalmente, não devo deixar de citar aquele que neste momento está me deliciando com suas músicas sobre o amor e sobre inovação. Exatamente dia sete de Julho farão 20 anos de sua ausência, deixou nos aos 32 anos, primeiro artista brasileiro a assumir publicamente ter AIDS. Cazuza.