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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

agora estudante

Encher-me a cabeça de ventos densos atrás de um propósito,
Obrigatório para aqueles que pretendem construir algo.
E acabar por descobrir o que sempre foi mascarado, maquiado ou simplesmente não teve atenção já que há grifes mais importantes.
Há tanto a ser descoberto, que passa a ser incerto tomar uma decisão.

Mas não existe maneira de ser evitado,
Talvez se não considerar uma atitude eterna,
e sim se quiser algo efêmero.
Mais fácil tornaria minha jornada,
No entanto nunca deixarei de ser, o que sou até então.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mensagens

Ele:
Chega um certo dia em que os velhos amigos acabam por serem esquecidos..

as lembranças se tornam vagas..
as brincadeiras perdem sentido.. a saudade ja machuca intensamente.. Mas o so doi o coração de quem sente;..
De quem gosta e sente falta..
A melhor solução seria deixar de lado e seguir em frente..?
Ir atras? Mas de novo? quantas vezes?
um telefonema não resolveria o problema?

Talvez.
Mas pra quem se acostuma com o carinho, a compania, a amizade, a franquesa, as brigas, os puchoes de orelha, os concelhos...
Não.. um simples telefona nao resolveria o problema nunca..
estamos falando aqui de presença.. de um abraço.. de carinho de AMIGO.. de olhar nos olhos e falar "como eu sinto a sua falta"
Vai seguindo o tempo (logo ele nao para), e a gente vai se acostumando com a ausencia..
e ruim vc olhar no orkut.. ver a pessoa online e ela nao deixar um recado..
é ruim deixar um recado e a pessoa nao responder...
é ruim saber que vc tentou ligar e ela nao atende o telefone.. e quando e resindencial ela nunca esta.. ;/
é pessimo vc mandar um depo pra pessoa e ela nao responder ao ponto de sei la.. ignorar...

o que esta acontecendo?
o problema e comigo.?
eu fiz alguma coisa?


jas aqui um pouquinho de minha carencia..
ate ;/

Eu te amo.. VIDA.


Ela:
Me vejo agora um tanto meláncolica por receber tal mensagem, ela nunca vai deixar de ser real. Tenho rastros, diria que estradas de culpa nessa situação.
Porém, não vou deixar de ser sincera e dizer-lhe que me vejo também alegre. Poder sentir que assim como eu, você sente falta no nosso laço de afeto. Que como eu, sentiu falta da companhia de todos os momentos, das confissões, brincadeiras e simples presença.
Não é de hoje que percebi nossa distancia, mas o acomodamento e falta de tempo, mesmo pra mim que não sou nada e nem faço nada, tomou-me.

Saiba que se foram realmente amigos, estes não serão esquecidos. Não é esquecido.
Por favor não pense que está correndo atrás de algo que foi perdido porque nunca foi. E eu não ousaria dizer que tenho algum problema com você por que foi com você que eu resolvi todos os meus problemas, foi você que me ouviu, me aconselhou sem sequer nunca me julgar.

Me desculpa pela ignoração, não foi o que aconteceu, foi simples desleixo.
O que podíamos julgar pior, o desleixo que se torna maior com tempo se não percebido. Obrigado por me acordar. Eu precisava de uma bronca.

falar "como sinto sua falta." resolveria o problema?
uma porção de declarações no famoso site de relacionamento?
uma ligação telefónica? e se eu acrescentasse um feliz aniversário ?
presentes? cartas e mensagens?

talvez sim, talvez não. Talvez mais ou menos.
Eu diria que é até mais simples. AMIZADE, amor, naturalidade.

Perdoe me a escrita formal, queria realmente ocupar uma parte do meu tempo e intelectualidade para escrever-lhe.

jaz aqui um pouco de meus sentimentos.

Eu te amo ... Vida

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Aplausos


Não ousaria contar quantos eram
Nem sequer encara-los
Só de ali estarem por um único motivo
Mesmo não sendo verdadeiramente eu
Já muito me valia.

Sentia a luz quente em meu rosto
O calor da presença de tantos
O estômago revirando e as pernas balançando
A pressão de meus maiores
E a solidão de estar no meio de um palco.

Independente do meu pavor
Era notável o agrado de ali estar
De enfim aparecer
De ser notada, percebida
De receber uma atenção.

Via a expectativa em seus olhos
Viam o desespero nos meus
Mas diante deles, lá estava eu
Para fazer o que tanto queria mostrar
Na esperança de agradar, e deles ter ali uma resposta.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Reflexo

Andava devagar arrastando suas chinelas encardidas pela calçada. Não estava longe do salão, já do lado da padaria passara pelo bar da esquina - que mesmo com as luzes do sol incidindo na mesa quebrada de sinuca estava cheio - e avistava a parede vermelha do açougue.

Cruzou a porta de ferro enquanto lia no letreiro “Elyzete”. O cheiro de carne a incomodava, mas não tinha escolhas, era o que podia pagar.

Apesar de pequeno o salão lembrava uma feira com diversas vozes vindo de todas as partes, o secador disputava espaço com o locutor de radio que anunciava alguma promoção.

Passou a mão no cabelo crespo e molhado, sentou-se na cadeira com o estofado rasgado que Elyzete indicava. Em sua frente viu uma mulher de aparência velha e cansada com algumas rugas na pele escura. Tirou os olhos do espelho ao sentir o ar quente do secador no couro cabeludo.

Foi quando em um movimento rápido a cadeira girou, e de costas para a penteadeira viu todo o salão. Agora extenso e perfumado, nas prateleiras diversos modelos de pente e tubos com líquidos coloridos. Ouvia uma música agitada e o som dos saltos que driblavam as inúmeras poltronas, cada qual com uma mulher jovem de pele clara e unhas coloridas.

Perplexa levantou-se e sentiu-se mais alta, sua bermuda e camiseta haviam sido substituídas por um vestido curto e acompanhado de jóias no pescoço e punhos. Virou-se e viu sua imagem jovem e loira, seus dentes claros e em ordem. Seus olhos firmes sem marcas de olheiras ou tapas.

Uma moça de aparência simpática entregou-lhe uma bolsa e apontou a saída. Mexeu na bola e sentiu algo gelado em meio a tantos objetos. Balançando um molho de chaves deslizou em direção a porta já olhando fixo em um automóvel vermelho. Estava irreconhecível. Confiante, radiante e orgulhosa abriu a porta do carro quando ouviu:

- Maria! È melhor levar uma sacola, acho que vai chover.

Viu suas mãos calejadas pegando a sacola plástica de Elyzete. O cheiro de carne invadiu-lhe as narinas e sentiu seus cabelos agora lisos e secos entre os dedos.

Arrastou devagar as chinelas sem direção ao bar da esquina quando viu na vitrine da padaria o reflexo real da Maria do Carmo Trindade da Silva.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Saibam eu consigo

Subestimaram-me, duvidaram da minha capacidade de escrever
De organizar as palavras e nelas plantar sentidos diferentes
De como posso induzir ideias por meio das letras
E transmitir sentimento através de combinações de fonemas.

Saibam que eu consigo, tanto conheci e escutei
Tanto pra falar e mostrar
Não diria eu experiente ainda
Mas em continuo experimento

Não sei se devo então me vangloriar de tal mérito
Não vejo dificuldade neste ato
Escrevo o que penso, o que vejo e sinto
E quem é que não pensa, vê e sente?

Saibam que eu tento, uma letra de cada vez
Silaba por silaba, até se tornarem textos

Talvez um dia livros e assim gradativamente
Esperando só pelo momento de fazer-lhes escrever também.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Dependência

"Já são meio dia, a chance que eu tinha de almoçar com alguém já terminou. Talvez se meu celular não tivesse caído no chão e desligado alguém ligaria pra me chamar pra sair.Talvez meu chefe me daria uma promoção. Posso ter perdido a maior oportunidade da minha vida, por que simplesmente não posso mais ouvir minhas chamadas. Não tenho o número de ninguém. Perdi meu único dia em que posso ficar tranquila, está sendo desperdiçado por que não tenho como me comunicar com ninguém."

Pensamentos enchiam a cabeça dela, as frases soltas a deixava cada vez mais preocupada. Ela se via no meio da cozinha com os olhos fixos no aparelho pequeno e extremamente fino. Apesar de muito pressionar suas teclas ele não respondia, os números não se acendiam, não vibrava, não ligava.

Foi quando a cozinha foi tomada pela escuridão, não se via mais os azuleijos brancos brilhando. Ela correu até a janela e abriu as cortinas, sentiu o sol quente em sua pele e olhos arderem pela claridade. Acabara a energia. Correu até o quarto.

"Pronto, minha vida está acabada de vez. Sem energia, sem computador, sem Internet e telefone. Sem comunicação com a civilização, sem interação social. Perdi meu dia, meu tempo, minha novela!"

Andava de um lado pro outro, desamparada. O estômago roncava mas o micro ondas não ligava. Não tinha a quem recorrer, o elevador não devia estar funcionando. O relógio grande de pilha não parava, estava perdendo tempo até para ver as horas.
"Meu relógio digital não funciona"

Deita no sofá pequeno, joga o salto amarelo longe. Afunda o cabelo feito no dia anterior na almofada, e se prepara para passa o resto do dia alí, sem ao menos ter tomado banho, ela não suporta água gelada além de que desmancharia sua permanente.
É quando o apartamento se ilumina, o celular liga, a geladeira aberta apita. Ela levanta e puxa o ar com força.
"Finalmente, posso voltar a viver. "

domingo, 4 de julho de 2010

começou assim,

Há tempos que tenho dificuldade em escrever uma redação, por mais que me esforssace minhas notas continuava ruim. Na verdade nunca chegaram a ser vermelhas mais sempre fiquei insatisfeita com as avaliações dos meus professores. Ainda tenho sérios problemas com ortografia, sei que só lendo para reinverter essa situação- eu gosto de ler, mas tenho dificuldade em parar. Isso é consequência de uma rotina um tanto cheia, então acabo por não relaxar sempre agoniada quando não tenho nada pra fazer.
Costumo ter muita informação e ideias sobre os temas propostos, acabo por arriscar em narrar situações mais diferentes. Tudo isso surgi na minha cabeça com facilidade, mas na hora de transcrever minha imaginação vira uma salada de frases jogadas e ideias mal organizadas. Eu consigo entender perfeitamente o que escrevo, pena que os outros não.
Pois bem, a sugestão do meu pai foi clara. Faça um blog, para aprender a escrever é necessário escrever. Tudo se resume em prática. Seria então uma mesclagem de diário digital com caderno de redação.
Tive uma 'ispiraçãozinha' artística também. Assisti a um filme algum tempo atrás que trata de alguns conflitos adolescentes que realmente me identifiquei. São personagens de classe média com entorno de quinze anos, que vivem festas, sexualidade, homossexualidade, desigualdade, depressão e paixões momentanias. Um filme que eu diria leve, uma produção brasileira que trata das coisas boas das vida. "As melhores coisas do mundo"de Laíz Bodanzky até me fez chorar, apesar que não tenho muita dificuldade com lágrimas, me emociono com facilidade. O personagem de Felipe Galvão (Fiuk) é salvo de um suicidio por que tinha um blog, do qual ele escrivia tudo que lhe vinha e seu padrasto gay persebeu em seu texto uma previo avizo de suicidio. Um tanto triste, mas eu gostei.
E finalmente, não devo deixar de citar aquele que neste momento está me deliciando com suas músicas sobre o amor e sobre inovação. Exatamente dia sete de Julho farão 20 anos de sua ausência, deixou nos aos 32 anos, primeiro artista brasileiro a assumir publicamente ter AIDS. Cazuza.